O universo da Cannabis no Brasil, ainda está em desenvolvimento e etapas de regulamentação, porém, já sabemos que tem projeções de movimentar mais de R$ 2 bilhões até 2025

 

Por Denise Tamer

cannabis

 

É inegável: vivemos uma realidade promissora que abre, e abrirá, portas e possibilidades de trabalhos para muita gente no mercado da Cannabis no Brasil. Em especial, para nós, mulheres. Tenho visto um movimento positivo neste sentido. 

Semana que vem acontece no Brasil a ExpoCannabis, que certamente será a maior feira de Cannabis da América Latina. Com projeções internacionais, a CEO da feira é Larissa Uchida. Vale lembrar que a fundadora foi Mercedes Ponce de León, montevideana, que vendeu a franquia da feira para a Uchida aprimorar e aumentar exponencialmente seu alcance. 

Converso com Lari e ela não me fala em legado, discurso comum entre homens, ela me fala do futuro da filha, dos meus filhos, do impacto ao meio ambiente. Lari costura na mesma frase Cannabis, meio ambiente, filhos e faturamento. Para uma mãe que trabalha no setor, que vê ainda aqueles passos para frente e alguns para trás que acontecem, ver uma mulher atuando assim é, no mínimo, inspirador. 

Insisto, não podemos negar que vivemos um momento histórico. Logo mais será lançado no Brasil mais um relatório da empresa de dados Kaya Mind, que também conta com uma CEO no comando, Maria Eugênia Riscala. Recentemente, Ana Gabriela Baptista assumiu como CEO da TegraPharma. A neurocirurgiã Patricia Montagner fundou a edtech WeCann Academy, que ensina médicos a prescrever Cannabis, e faturou R$ 1 milhão em 2021.  Tem também a Margarete Brito, fundadora da Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal), e Viviane Sedola, CEO da Dr. Cannabis.  

expo cannabis brasil

 

Marcela Ikeda. Thabata Neder. Andréa Farias. Aline Goulart. Luna Vargas. Manu Borges. Bettina Maciel. Lih Vitória. Ana Caroline Santana. Luzia Sampaio. Renata Areosa. Drika Coelho. Katia Cesana. Lilica. Cidinha. Stephanie Santana. Gabi Weed. Ana Hounie. Carol Apple. Maíra Castanheiro. Faltam muitas de nós. Eu poderia escrever uma coluna inteira só com nomes de mulheres que trabalham de alguma maneira com a Cannabis. Admiro e respeito todas. 

Se homens acham que encontram desafios ao trabalhar com a Cannabis, acreditem, para mulheres é pior. Ainda mais se tiver filhos. Dito com causa, tenho dois. E tem um mamando agora meus endocanabinoides.

Há relações profundas entre mulheres e Cannabis. Uma delas é a própria história de estigmatização da planta. Assim como as mulheres, a planta foi marginalizada. Assim como as mulheres, a planta sofreu com a criação de fatos irreais sobre ela. Assim como as mulheres, a Cannabis é subestimada. Assim como as mulheres, a planta foi relegada a um papel secundário. Não somos nem ornamentais, nem daninhas. 

Cabe a nós mulheres, mudar esta realidade. Se quiser trocar uma ideia sobre, me escreve, meu e-mail é [email protected]. Ou a gente se vê na ExpoCannabis.

denise tamer
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