Estamos no meio. Mas não parados. A situação gaúcha em relação à Cannabis é ainda pior: estamos retrocedendo

 

Por Denise Tamer

ascamed rs

De um lado, o Uruguai, país pioneiro na legalização. Do outro, Santa Catarina, que como bem disse Pedro Sabaciauskis, da Santa Cannabis, surpreendeu com a lei de fornecimento mais inclusiva do Brasil. Até na Argentina com o Milei, o tema da Cannabis medicinal está melhor que o Rio Grande do Sul. 

Há uma semana, 900 plantas de Cannabis medicinal foram destruídas na sede campestre da Associação Cannábica Medicinal (Ascamed), em Santa Maria, coração do estado gaúcho. Agora aproximadamente mil associados, pacientes que precisam dos óleos para tratamentos de saúde correm o risco de ficar sem a terapia canabinoide. Ah, claro, a maioria dos associados, aproximadamente 80% deles, estão concentrados concentrados no Rio Grande do Sul.

Representante da Ascamed denunciam o erro grosseiro da Polícia Federal que achava que estava prendendo uma grande quadrilha. Perigosa. Uma ameaça à sociedade. A polícia demonstrou não ter ideia do desenvolvimento do mercado da Cannabis medicinal no Brasil, das associações, pacientes, muito menos no mundo, ao questionar sobre a origem das sementes das plantas. 

Além disso, a polícia “estava muito disposta a encontrar algo a mais”, segundo conversei com o presidente da Associação.

flora urbana

 

Mostremos valor, constância

 

Na próxima terça-feira, os integrantes da Ascamed irão falar na Câmara de vereadores de Santa Maria. Mas o buraco é bem mais embaixo. É uma necessidade urgente de se falar sobre Cannabis no sul do país.

Nada novo sobre o pampa gaúcho: a falta de conscientização sobre os benefícios da planta se conecta também com a inexistência de políticas públicas sobre o acesso à terapia canabinoide no estado do Rio Grande do Sul. Precisamos avançar. E a justiça com a Ascamed pode ser o primeiro passo. Estamos aguardando, senhor governador Eduardo Leite.

 

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