Em 15 de novembro, às 21 horas, São Paulo recebe a Toca Flores, um evento que promete unir a cultura canábica e a arte de forma inovadora e visceral
Por Matheus Yasbeck
A Toca Flores, que já é um sucesso em Curitiba (PR), chega agora em São Paulo, em parceria com a Social Weed nessa primeira edição na capital paulista, oferecendo uma experiência imersiva que promete cativar o público. Com um olhar cuidadoso na escolha das atrações, o evento trará performances de diversos artistas e segmentos da cultura alternativa.
A curadoria, feita por Fredy KZ e Zé Grillo, diretor de produção da Social Weed, busca entregar uma experiência de catarse coletiva, com tecnologia, sonoridade e elementos visuais de impacto, entre acrobacias aéreas, projeções de laser e performances sensoriais. Tudo no evento — da música à projeção visual — é cuidadosamente planejado para criar um ambiente de intimidade, aproximando os espectadores dos temas propostos com um olhar sensível e respeitoso.
O Idealizador Fredy KZ, produtor cultural e ativista antiproibicionista com mais de duas décadas de experiência, conta como a festa nasceu do desejo de integrar esses dois universos, já tão harmônicos, em um ambiente que celebra a arte, promove a inclusão e expande os horizontes da indústria da maconha no Brasil.
Com uma trajetória consolidada como produtor técnico de grandes eventos, Fredy enxerga a Toca Flores como uma “celebração da cultura canábica” com a arte como pilar central. Para ele, o evento é uma extensão natural de sua jornada pessoal e profissional: paciente de cannabis, usuário recreativo e ativista pela legalização, viu na Toca Flores uma oportunidade única de unir sua expertise em produção com sua visão ativista.
A maconha como mãe e musa do processo criativo
Para Fredy e muitos artistas que farão parte da Toca Flores, a cannabis vai além de um uso recreativo ou medicinal: ela é uma inspiração que impulsiona a criação artística, uma espécie de musa silenciosa que abre portas para uma percepção mais ampla e profunda da realidade. No mundo das artes, a planta ocupa um lugar de destaque entre as ferramentas que ampliam as fronteiras da imaginação, permitindo que músicos, pintores, performers e outros criadores conectem-se com camadas mais sutis de sua criatividade.
“Unir a arte com a maconha já é um processo antigo para mim”, comenta Fredy. “A planta sempre foi um catalisador de inspiração, de reflexão e de expansão de consciência”. A Toca Flores nasce desse entendimento de que a maconha é capaz de transformar o processo criativo, quebrando barreiras e oferecendo um portal para uma nova expressão artística. Para muitos artistas presentes, o uso da cannabis faz parte de um ritual que desbloqueia novos pontos de vista e ativa uma sensibilidade única, permitindo que se entregue a cada criação de maneira mais visceral e instintiva.
Programação Toca Flores
A DJ Mitay, representante da cena de Curitiba, dará início à festa com um set que une Hip Hop, Rap, R&B, Funk e Afrobeats. O primeiro show da noite conta com a banda Pedra Branca, que apresenta seu “world music” com uma proposta única de ritmos envolventes e imersivos com elementos do jazz, dub e música eletrônica. A dupla do Feminine Hi-Fi traz a cultura do sound system ao palco, celebrando a energia feminina da ganja e animando a pista com um set especial após a turnê europeia.
O evento também contará com projeções do artista visual Fluxuz e uma performance aérea do Grupo Ares, destaque no ballet vertical. Além disso, a festa terá obras expostas da Galeria Visionariom Art, convidados para expor e apresentar ao público sobre o movimento de arte visionária, que são trabalhos feitos sob estados alterados de consciência.
Toca Flores contará com a dupla Feminine Hi-Fi trazendo a cultura do sound system pro rolê. | Foto: Pedro Ladeira
Diversidade e inclusão nos pilares
O projeto também tem o comprometimento de promover a diversidade no mercado canábico. “A ideia é sempre criar um ambiente onde o público negro, LGBTQIA+ e outros grupos muitas vezes menorizados se sintam representados”, afirma Fredy.
A Toca Flores é mais que uma festa — é um manifesto cultural que busca transcender números e dados para impactar a sociedade de maneira sensorial e emocional. Fredy acredita que a arte e a maconha juntas são capazes de educar e transformar o mercado brasileiro. Ele já vislumbra a expansão da Toca Flores para outras cidades e até para o exterior, com a ideia de um festival maior em mercados mais consolidados.
“Nosso formato permite que o evento seja levado a outras cidades e países. Já recebemos convites para levar a Toca Flores à outras cidades do Brasil, além de Uruguai, Espanha e Portugal”, afirma o idealizador. Ao final, Fredy deixa um convite: “Venham para a Toca Flores. Será um encontro de arte e maconha pensado com carinho para que as pessoas possam se conectar, se divertir e se emocionar”.