Sociedade civil organizada promove ação de informação sobre maconha medicinal no Rio de Janeiro
Amanhã, dia 27 de novembro, diversos coletivos ativistas antiproibicionistas e associações canábicas cariocas estarão nas ruas do centro do Rio de Janeiro realizando mais uma edição do Dia Nacional da Maconha Medicinal.
O ato vai acontecer a partir das 15h, no Largo da Carioca. Confira a programação e o manifesto redigido pelos organizadores.
Os coletivos convidam todas e todos para se somarem nessa luta que é de todos!
Confira abaixo o Manifesto dos organizadores:
“27 de novembro – Dia Nacional da Maconha Medicinal.
Em 2019 o uso medicinal da maconha já é uma realidade em muitos países. Os pacientes procuram nessa planta milenar tratamento para os mais diversos males, desde a terrível epilepsia refratária, passando pelas dores crônicas, doenças autoimunes, autismo, câncer, Parkinson, Alzheimer e muitas outras enfermidades. Os avanços da ciência explicam seu mecanismo de ação e confirmam seus benefícios. Os pacientes procuram a maconha independente de religião ou orientação política, simplesmente porque funciona.
Enquanto isso, no Brasil avançamos a passos lentos em uma tímida regulamentação, graças à interdição deste desgoverno que é avesso à ciência e à razão. Tratamos a planta como uma droga e o simples ato de plantar o próprio remédio pode resultar em prisão, deixando um promissor mercado para o monopólio da indústria farmacêutica.
A guerra às drogas criminaliza a população negra e promove o genocídio da juventude periférica. Pessoas negras são mais condenadas por tráfico do que os brancos, mesmo quando portam menores quantidades de drogas. Cria-se uma geração de jovens estigmatizados por pequenas passagens pela prisão.
Saúde é direito, maconha é remédio, mas o acesso ao tratamento com a planta no país ainda é um privilégio. Por preconceito ou desconhecimento, poucos médicos fazem a prescrição, especialmente na rede pública. O paciente precisa de uma autorização especial da Anvisa, em um processo lento e burocrático. Com a certidão em mãos, a importação é cara: um frasco de 60ml pode chegar a custar R$1.500, restringindo o acesso ao remédio à elite branca que pode pagar.
Muitas famílias procuram plantar seu próprio remédio, aprendendo técnicas de cultivo em cursos oferecidos por associações, numa aliança entre pacientes e cultivadores. Estes continuam alienados do processo regulatório e estão sempre correndo o risco de ficarem privados da liberdade.
Sendo assim, lutamos por um real acesso ao remédio como política pública de saúde do Estado, inclusive através do SUS, como qualquer outro tratamento médico. Que as pesquisas clínicas com cannabis possam ser desenvolvidas em nossas universidades e instituições públicas de pesquisa, como a Fiocruz. A cannabis é uma planta extremamente barata e todo mundo poderia cultivar no seu quintal, ainda assim, por causa de uma política preconceituosa, somos importadores de cannabis trazendo de fora um remédio que custa uma fortuna e restringindo o tratamento à classe alta.
Não queremos mais ser importadores, por causa de uma política preconceituosa, trazer de fora um remédio que custa uma fortuna, um tratamento restrito à classe alta. É uma planta extremamente barata, todo mundo poderia cultivar no seu quintal.
Somos a sociedade civil organizada! Se existe alguma regulamentação da maconha medicinal é porque os pacientes e as mães de pacientes exigiram o direito constitucional à saúde. Lutamos por saúde e pelo acesso amplo e irrestrito! A desinformação e o obscurantismo matam.”
Assinam a construção desse ato:
Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi)
Associação Humanitária Cannabica (AHC)
Associação Brasileira para Cannabis (Abracannabis)
Favela Cineclube
Marcha das Favelas pela Legalização
Marcha da Maconha – Ilha do Governador
Movimento pela Legalização da Maconha (MLM)
Para mais informações, clique na imagem acima.